segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Que Eu Sinto Por Você

Leandro de Souza Silva. Negativo em Contato. 2006.

O que eu sinto por você...
Não sei por quê, mas é difícil dizer:
Começou tudo de repente, como num filme.
Filme de suspense. Você era a mocinha
eu, o bandido. Ou melhor, o "bad boy".
Uma cantada, uma investida. Um convite.
Em um dia, BOOOM! Tudo começou.
O meu atraso, você detestou; mas mesmo
assim bem que aproveitou...
Ambos tímidos; sem assunto. Sentamos
naquele banquinho e nos beijamos, bem
devagarzinho.
O sorvete de morango só seria o primeiro
de muitos sonhos; lágrimas e risadas que
iríamos dividir.
Ver seu rosto sumindo no trem ao partir,
fez meu coração doer.
Naquele momento achava que ia sofrer,
pois não sabia o que você sentia por mim.
Será que é tão difícil assim?
Pensei que estava me precipitando,
mas você correspondeu, com o MSN piscando:
- Sim, vamos marcar outro encontro.
Mal sabíamos no que estávamos nos metendo
e naquela madrugada de sábado acontecendo
começamos a namorar.
Você fez uma piadinha que quase me fez chorar,
mas naquele momento eu descobri
que algo diferente haveria ali.
E de nada adiantava toda a experiência,
amor verdadeiro vai além da sapiência.
Daí para a entrega foi em um instante.
Tudo era muito emocionante:
passeios no parque, idas ao shopping,
falar aos amigos: - Faz uma semana...
Ela é alta, morena e combina comigo!
Nem sempre de rosas vivemos
e várias brigas tivemos.
Mas nenhuma durou mais que um dia,
pudera, o mal que aquilo fazia!
Sabíamos que era uma questão de tempo,
que aliás eu não perdoava.
Ai de você, se um minuto atrasava.
Eu não tinha compaixão:
lembra-se quando desceu em outra estação?
Melhor esquecer...
O negócio é aprender a viver.
E isso sempre fizemos bem.
Gastamos juntos muitos vinténs.
Nunca fizemos economia:
e o crème brûlée derretia,
doce, crocante e refinado.
Foi sempre assim ao seu lado.
Nem menos, nem mais
Em noites frias a falta que você faz.
Mesmo quando brigamos
e ao fazer a paz nos beijamos.
Aliás, é disso que eu mais gosto.
E no destino eu sempre aposto.
Pois nosso amor não é regular
E nem por isso não pode às vezes rimar.
É que achei que o pensamento deve fluir.
Para nas linhas o verso surgir.
E quanto a isso não minto.
Pois com ninguém mais assim eu me sinto.
Enche-me de alegria ver seu sorriso.
É amor que vem em forma de aviso.

Um comentário:

  1. Uau! Que lindo!
    Queria ser assim, escrever versos bonitos e rimas! Não tenho criatividade pra isso... rsrsrs

    Beijos!

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